A melhor altura para plantar uma árvore foi há 20 anos atrás, a segunda melhor altura e agora já!, Agosto 2018



Este foi o lema dos trabalhos nas férias do Verão, por vezes com temperaturas de mais de 40 graus ao fim da tarde. Trabalho árduo que só se aguenta com um sorriso nos lábios e muito amor pela natureza. A lua nova trouxe-nos depois a frescura tão desejada das noites de Verão (e o céu estrelado resplandecente de luz) e permitiu que a rega da tarde regenere bem as novas plantações. É incrível o vigor que as árvores têm para suportar a seca e o calor do Alentejo. 





Para fazer água na boca aos apreciadores de frutos, plantámos novas árvores que produzem jujuba, azeitona doce, romãs e também alguns arbustos de gengibre e tomate-cereja.

Foi também altura de pintar o poema de Eugénio de Andrade intitulado “Amanhecer em Estremoz” e começar a planear como as vinhas e a buganvília vão trepar pela alpendorada.

Fizemos deliciosas saladas de tomate com folhas frescas de oregãos do jardim que acompanharam peixe assado no forno ou polvo à Lagareiro. Com o calor sufocante, os pratos de carne não apetecem mas, como as nossas adolescentes vem esfomeadas após nadar no Lago, há que pensar o que de bom se lhes pode oferecer à hora de jantar.
Que tal uma açorda de feijão de meloal colhido de manhã na horta? Mas há sempre quem prefira ir comer os secretos de porco preto com batata frita do restaurante Monte da Açorda.




No dia dos anos da nossa filha fomos passar a tarde ao hotel rural Monte de São Paulo, perto da vila do Redondo, precedido por um passeio incrível no parque adjacente ao convento. O hotel Monte de São Paulo marcou vários percursos a pé na Serra de Ossa, onde está construído. Antes de os percorrer, informe-se junto da recepção do hotel.



O perfume das folhas do sobreiro (Quercus suber), azinheira (Q. rotundifolia), zambujeiro (Olea europaea ssp. Sylvestri), pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e pinheiro-manso (Pinus pinea), não esquecendo o eucalipto comum (Eucalyptus globulus) e os matagais de esteva, embalsamavam o ar quente da tarde. Para não falar do perfume dos arbustos do medronheiro (Arbustus unedo), urze (Erica australis), rosmaninho (Lavandula lusitanica) e alecrim (Rosmarinus officinalis), entre muitas outras espécies aromáticas.

Ao cair da tarde a luz fazia-se doce e descia pelas colinas da serra. Com a vista dos muros do Convento sempre como fio condutor, o passeio termina passando por um bosque de freixos e salgueiros que no passado teriam sido podados em forma de cabeçudo (também se pode dizer, podados em cabeça de gato). Estas árvore são árvores com um tronco clássico mas à qual iam cortando o topo regularmente e sempre no mesmo sítio. A árvore vai formando rebentos onde foi podada e fica mais grossa, como que com uma cabeça (daí o nome).


Do vale sobe-se para o Convento ao longo dos antigos muros de pedra. Já se avistam dentro do jardim murado os pomares de laranjeiras e outros citrinos, assim como os pontos de acumulação de água para as regas.

Chegamos sedentos e com os pés bem empoeirados mas cheios de vontade de apreciar as iguarias da cozinha local que se saboreiam melhor ainda depois de um bom passeio como este. A não perder (ver ementa do restaurante)!




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