Impressoes do primeiro olhar - Dezembro 2016


Numa tarde soalheira de Março ou Abril, ao passar pela Travessa das Violetas vejo uma casa à venda com um telhado em muito mau estado. Páro e olho por cima do murete do jardim. Um poço, algumas laranjeiras, uma figueira, galinhas, um quintal meio abandonado, uma garagem a cair.


A luz é dourada neste final da tarde, os passarinhos chilreiam voando de ramo em ramo. A tarde cai, o sonho nasce, a ideia germina. Continuo em direção à casa da minha amiga.

Alguns meses mais tarde a visão da casa reaparece no meu pensamento. Será que foi vendida? Quanto poderá custar? Começo a pesquisar nas imobiliárias da região. O valor que se afixa no site parece-me justo mesmo que um pouco elevado. Telefono à minha amiga, partilho a ideia. Que desvario! Afinal a casa é de uma prima afastada desta e ainda não está vendida. Peço o número de telefone da proprietária e a negociação começa. Tal como noutros casos, a imobiliária acaba por não ser a mediadora do negócio…





Agora com as obras de renovação acabadas, a Casa das Violetas aparece com todo o seu charme. Ao poder habitar aquele espaço, o sonho altera-se e o namoro começa a saber a casamento e daqueles que são para toda a vida. O ar é puro, os sons da aldeia ritmados com o som das Ave-Marias na torre da Igreja, o autocarro que sai de manha e vem a noite com os estudantes e outros viajantes. A vida segue o ritmo do meio rural que a envolve e as estacoes do ano sucedem-se uma a outra pintando a casa por dentro e por fora de cores e de aromas. 

Photo courtesy of Y.V.

O meu “Julião-das-Flores”já esta atarefado a plantar arvores e arbustos. Eu peco-lhe para juntar violetas e rosas e flores de intenso perfume. 

Nem sempre e fácil escolher quais mas tem que se pensar que a água não abunda por estas partes e ou muito calor ou muito frio fazem-se sentir de maneira alternada. O recanto do poço esta já associado a um sistema de rega que permitira a que o que plantamos sobreviva nos meses de pouca chuva. Um pequeno tanque aí será implantado para refrescar vasos, cágados e ate os pezinhos gorduchos de anjos barrocos. A criançada vai adorar!








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